Thursday, March 15, 2012

Um Dragão que já não sabe voar


Todos nos temos um dragão no coração, que, depois de ver as suas asas queimadas pela Fênix a que chamamos amor... sente desejo de voar... mas tudo o que conseguem é raiva, frustração e tristeza. Começa a duvidar se o céu é o seu lugar...

Sente o vento no que outrora foram as suas asas... deixa-se levar pela sensação de liberdade fica embebido por esse sentimento, finge ser feliz...

Salta de monte em monte, conhece outros dragões... solta labaredas que se extinguem no momento em que olha para os tesouros guardados nos outros corações... parecem vazios, diferentes ou então cheios, do que são a seu olhos fúteis rochas polidas.... Algumas já as conhece bem... foge ao avista-las... Mas de quando em quando, espera mais um pouco, olha por entre o brilho polido das pedras, sonha encontrar o que procura...

Ele sabe que os verdadeiros tesouros são difíceis de encontrar, muitas vezes guardados por dragões moribundos... repletos de medos, cicatrizes e carapaças de sangue, que escondem o seu tesouro do mundo... deixam o nosso dragão curioso, entretido... eludido com as suas próprias esperanças...

Mas a noite chega... o silencio incomoda... o nosso dragão olha para o chão queimado à sua frente onde tantas vezes a Fênix ardeu... lembra com carinho do quanto era especial... o silencio
incomoda...

Tuesday, March 13, 2012

A Fênix e o Dragão


Todos nos temos um dragão no coração, que de tempos em tempos solta o fogo que é a paixão, um fogo que nos queima o sangue, aquece o peito. Mas, pouco a pouco, esse fogo perde alento.


É então que, de vez em quando, no meio das chamas avistamos uma fênix a que chamamos amor.


O nosso dragão olha para ela, e achando que é especial, envolve-a com as suas asas. Pensa que é o melhor do mundo.


Ate que um dia, do nada, a fênix irrompe em chamas, queima as asas do nosso dragão,

que mesmo assim, acreditando que é especial se recusa a abrir-las.


Olhamos então para um monte de cinza, que, para nosso espanto, se move e dele volta a nascer a fênix, mais bonita que outrora.


O nosso dragão continua a pensar que é especial, o melhor e mais sortudo dragão do mundo.


De quando em quando a fênix irrompe em chamas, o nosso dragão sofre, mas sabe que das cinzas a fênix voltara a nascer.


Um dia, do nada, o nosso dragão maltratado tira o olhos da fênix, começa a olhar para as suas asas, queimadas, rasgadas, esburacadas. Apercebe-se que já não consegue voar, entre elas dorme a fênix. Mesmo assim ele pensa que é especial...


O nosso dragão sofre, sente falta do tempo em que voava, sente falta do fogo que outrora soprava, sente faltas das suas asas e da grandiosidade de outrora. Sabe que a fênix o esta a matar, mas sem ela, não é especial...

Então a fênix volta irromper em chamas, se transforma em cinzas, o nosso dragão vê as suas asas se desfazerem mais um pouco, ai a muito custo, no meio da dor, sopra as cinzas para longe...


O nosso dragão sofre, sente que já não é especial, não passa de um farrapo, já não pode voar, fica de cabeça baixa... se tivermos sorte, com tempo, as asas voltam a crescer, volta a soprar o fogo de outrora. As cicatrizes do fogo passado ficam, para sempre... Mas não vão ser elas que impedem o nosso dragão de voltar a voar...